Pernambucano, jornalista de formação e apresentador do quadro “A Hora do Venenoso” na TV Clube/RecordTV Pernambuco, Pablo Marques da Silva – mais conhecido como O Venenoso – é um “quase trintão” (ele não revela idade, gente, sorry). Fofoqueiro de celebridades, colecionador de livros, DVD’s e fitas retrô, Pablo tem um pé no Rádio e na TV desde o berço. Diz que herdou o gosto do pai, um radialista dos anos 60.
Apaixonado por novelas e programas antigos, o nosso entrevistado de hoje deseja ser ator um dia. Quer fazer Teatro. Nesta conversa, senhoras e senhores, preparem-se para as revelações pessoais do Venenoso mais pernambucano de todos os tempos.
A. Pablo, em primeiro lugar, muito obrigada por você conceder esta entrevista ao Articulei. Sei que você não gosta muito de falar de sua vida íntima, então me sinto honrada por nossa conversa.
R. Imagina, querida, o prazer é meu.
A. Então vamos ao que interessa. Em que momento da sua vida você descobriu que queria se comunicar com o público?
R. Já começou difícil, hein? Acho que foi quando percebi que conseguia fazer as pessoas sorrirem com minha atuação. Em uma roda de amigos, eu dizia coisas engraçadas (e absurdas) e eles geralmente riam. Aí comecei a assistir programas como o de Márcia Goldschmidt e achava tudo aquilo fantástico. Com 18 ou 19 anos, eu escrevia para blogs de São Paulo e, aos sábados, participava de uma Rádio na Bahia, já falando dos famosos. Depois, sonhei em apresentar programa de baixaria. Essa fase da minha vida já passou, mas ainda me divirto muito pensando nisso.
A. Como você é na intimidade?
Sou muito reservado. Sem estar na pele do Venenoso, eu sou bem tímido com quem não conheço. O Pablo verdadeiro não é tão alegre como quando está no ar. Não tenho toda essa vitalidade, sou reclamão, adoro resmungar. Adoro músicas antigas também. Minha alma é velha.
A. A gente pode dizer, então, que Pablo Marques tem duas personalidades?
Não é que sejam duas personalidades. É só que, fora do personagem, sou mais tímido mesmo. Geralmente, recebo muitas mensagens de pessoas dizendo que levo alegria às suas vidas. Essas pessoas mal sabem que é por causa delas que me mantenho de pé.
A. O que você seria se não fosse comunicador?
R. Seria designer de interiores. Gosto de decorar. Gosto de encontrar peças baratas que deem charme ao ambiente. Na Hora do Venenoso, por exemplo, que é um programa popular, Fábio [Araújo] e eu conversamos enquanto tomamos café em copo americano. Muita gente pergunta porque não substituímos aqueles copos por xícaras. A resposta é: porque é daquele jeito que a gente se sente bem. Gosto de simplicidade, gosto de coisas baratas e acho que é por isso que meu público e eu nos entendemos tão bem.
A. Você já contou que gosta de decorar e que é tímido, duas características suas que o público certamente não conhece. Tem algo mais sobre Pablo Marques que a gente deva saber? Conta uma bomba, um segredo, qualquer coisa que viralize (risos).
R. Algo que o público não saiba… Bem, acho que tenho medo de envelhecer. E não é pela idade em si… O problema é que já me considero meio idoso e muito resmungão, mesmo tendo menos de 30 anos… Imagina eu velhinho de fato…? Acho que tenho medo de perder por completo a essência jovial.
A. Quais são os seus hobbies? O que você faz quando ninguém está olhando?
R. Na verdade, tenho poucos prazeres na vida. Gosto de caminhar, mas no momento não estou fazendo isso por causa da pandemia. Amo ir ao cinema, mas também não tô indo por motivos óbvios. Então, fico em casa, admiro minhas relíquias e fico bem em saber que, apesar de tudo, tem gente boa no mundo. Gosto de assistir novelas, vejo programas antigos na internet, a exemplo do “Quem tem medo da verdade?”, da Record dos anos 70, e… só.
A. Por falar em prazer, como anda o coração de Pablo Marques?
R. Anda parado há um bom tempo (risos). Há meses não beijo ninguém. E agora, com essa pandemia, acho que fiquei impotente. Não sinto falta de sexo, nem de namorar e nunca gostei de dormir de conchinha. Aliás, se alguém um dia quiser casar comigo, fique avisado: não gosto de dividir o meu espaço. É cada um na sua casa e tá ótimo.
A. Depois dessa revelação, vamos mudar um pouco de assunto (risos). Você vive de soltar veneno em cima das celebridades. Tem alguém de quem você, particularmente, não goste?
R. Várias. Val Marchiore, por exemplo, eu considero uma mulher bem fútil. Para mim, ela usa o termo “eu fui pobrinha” só para tentar diminuir a futilidade do próprio espírito. Também não gosto de Eduardo Costa. Acho que ele só abre a boca pra falar asneiras; não diz nada que agregue. Os demais, vou deixar no ar…
A. E Luana Piovani, a quem você vive associando a “tiro, porrada e bomba”?
R. No fundo, eu gosto de Luana. Acho que ela fala coisas que muita gente não tem coragem de falar. Acho uma pessoa verdadeira, apesar das baixarias.
A. Você já trabalhou com pessoas bem conhecidas aqui em Pernambuco, como Jeison Wallace (Cinderela) e Hugo Esteves…
R. Sim, e outras pessoas muito importantes para mim são Isly Viana e André Estanislau. Eu acompanho Isly e Hugo desde adolescente. Quando imaginaria que, um dia, dividiria o estúdio com eles? Compartilhar o estúdio com André me deixa bastante orgulhoso; ele é um cara que me apoia muito. Cinderela me ensinou demais. Inclusive, hoje eu quero tudo perfeito na produção do meu quadro, O Venenoso, porque aprendi com Cinderela que o telespectador merece sempre o melhor, seja em conteúdo, seja em cenário ou até figurino e maquiagem. Agora, com Fábio, meu atual parceiro, tenho uma química enorme. A gente se entende só no olhar. Pra mim, também é um privilégio trabalhar com ele; pessoa que acompanho desde a época em que trabalhava na Paraíba.
A. Pablo, para finalizar, tem alguma mensagem que você gostaria de deixar para o público?
Sim. Quero dizer que cada um deve acreditar em si mesmo. Muitas pessoas vão colocar o dedo na sua cara e dizer que você não é capaz, mas se você é uma pessoa de fé, se você é uma pessoa disposta, se você não puxa o tapete de ninguém, Deus vai te abençoar quando você menos esperar. Teve uma fase na minha vida que eu estava quase desistindo de trabalhar na TV. Não era preguiça, não era porque me achava incapaz. Mas é que eu dei ouvidos a pessoas que não buscam os seus objetivos e ainda têm raiva de quem quer crescer. Um dia, conversando com Deus, entendi que essas pessoas só existem para fazer o mal. Parei de ter raiva. Peço apenas que Deus abençoe.

Adna Maria é pernambucana, bibliófila e aspirante a escritora. Tem formação em Jornalismo e Geografia e é pós-graduanda em Língua Portuguesa e Literatura.